sábado, 24 de abril de 2010

Desabafo

Têm algumas coisas que eu me arrependo. Algumas palavras que gostaria de não ter dito, alguns começos que poderiam ter finais melhores. Eu tive passado por maus momentos, danos que eu nao pude evitar. Porém, apesar desse sentimento, agora, algumas coisas eu gostaria de fazer tudo de novo. Mas isso não importa, porque quando a vida fica dificl, o resultado nos deixa mais fortes.

Algumas páginas viradas, algumas pontas destruídas, mas lições aprdendidas. A cada lágrima que escorreu dos meus olhos, eu me perguntava se aguentaria toda essa mudança. Eu sou grata por todas as feridas no meu coração, por cada começo, cada página escrita, cada história vivida.

Se eu errei? MUITO. Algumas chances, disperdicei; alguns caminhos, nao deveria ter tomado; sinais, ignorei; corações que posso ter machucado, sem necessidade ou, simplesmente, algumas feridas que eu queria ter a chance de "cicatrizar". Mas isso já não importa mais, o passado não pode ser reescrito e você tem a vida que merece, por direito e dever.

Não podemos mudar o passado, mas podemos seguir em frente. Temos apenas que seguir em frente, carregando as liçoes aprendidas e de cabeça SEMPRE erguida. Porque, para cada nuvem que cobrir o céu, uma nova estrela vai surgir! Quando tirarmos o que está nos atrapalhando e pudermos saborear nossas vidas, tudo a nossa volta mudará, de ordinário para extraordinário. Se souber escutar o coração e agir com a cabeça, nunca estará errado.

Não importa onde parei, em que momento da vida cansei, recomeçar é dar mais uma chance a mim mesma; é renovar as esperanças na vida e, o melhor: Acreditar em mim mesma, de novo. O período que sofremos é aprendizado, o choro de raiva das pessoas é para, mais tarde, poder perdoá-las, sentir-se várias vezes só significa fechar-se até para os anjos. Lembre-se que somos INTENSIDADE. Nosso nome é amor e carregamos suas consequências para sempre até morrer.

sábado, 3 de abril de 2010

O Papel

Naquela manhã, acordou com o despertador tocando. Olhou brava para o lado, mas antes que pudesse avistar a fonte de barulho, o que conseguiu ver foi o papel dobrado exatamente quatro vezes, em cima de seu criado mudo.

Seu olho congelou naquela imagem, o barulho do despertador já não a incomodava mais, não tanto quanto aquele papel. Por que o medo gigante de abrí-lo? Porque não o jogar no lixo? No fundo achava que tinha o colocado em cima de seu criado-mudo como forma de auto-sabotagem. Não levou em conta o cansaço, nem nada parecido. Tinha certeza que não havia jogado naquele lugar por acaso e, sim, um engenho para não esquecer sua existência, para desejar aquele papel.

Não fazia idéia do conteúdo, mas tudo que sabia era que tinha um medo misturado com curiosidade. Era um sentimento tão profundo que, só de olhar para aquele papel, logo quando acordou, seu coração disparou, não ouvia mais nada, não sentia mais nada. Naquele momento era apenas ela e o papel.

Levantou como se nada a tivesse incomodado. Ignorou, completamente, a fonte de seu incomodo. Lavou o rosto, olhou-se no espelho por mais ou menos 20 minutos. Para ela, não passou de dois segundos. Naquele momento não pensou em nada, sua mente estava vazia. Se arrumou e foi para o trabalho, como todas as manhãs.

O seu dia turbulento não a fez desistir daquela idéia, do seu incomodo. Não agüentou muito tempo, abriu o bilhete. Sua pupila dilatada, seu coração disparado. Dobrou o bilhete, guardou na gaveta de seu criado-mudo, ligou pra sua amiga e marcou de encontrá-la. Apenas disse o lugar, a hora e desligou. Saiu de casa com seu sentimento contido, mas seu olhar a denunciava.